CODA 20 - depois de muitas diligências inventou-se o comboio

Bom dia!

no pequeno papel impresso - que encontrei chez moi entre os milhares de livros comprados há décadas - diz o seguinte:                                                      ERRATA  nas páginas 226-227 verificou-se um erro nas legendas dos mapas assim onde está:                                                                                                 "Sacro Império e possessões dos Habsburgos da Áustria"                                 deveria estar:                                                                                                           "Sacro Império e possessões dos Habsburgos da Áustria"                                      

sei mais nada!...


Efeito retardado 

'A poesia, entre os árabes cultos, foi julgada como um poder se comunicação capaz de produzir o encantamento do ouvinte uma estética de compreensão. Ela exigia um estado de inteligência que prescinde do pensamento'

de Agustina Bessa Luís (1922-2019)

in DN 7 setembro 1991


Monk & Mingus

O Jazz é por muitos considerado a expressão musical mais marcante deste século. O universo sonoro que nos proporciona é ambíguo. Por detrás de um bem estar e excitação, no ambiente descontraído de um clube de jazz, transporta-nos para uma realidade inquietante e intensa. O que está em causa é uma nova realidade estética que assenta numa construção musical única. Falar de jazz é falar de Tempo, de Improvisação e de Confrontação. O Tempo, definido pelo jogo contínuo entre a bateria e o contrabaixo, é em jazz um pulsar permanente e humanizado que determina em si mesmo a própria vivência da criação musical. Sobre esta unidade constante caminha a frase do solista. O solista discursa, conta-nos uma história, fala-nos acerca de um tema. Rege-se pelas leis da Improvisação. Mais, o solista Confronta-se e é Confrontado pelo próprio Tempo e pelos outros músicos, fazendo brotar naquele instante uma obra musical única. Constroi-se assim um diálogo, traduzido na síncope, na qualidade do vibrato ou do ataque, que procura atingir a dimensão da voz humana No entanto, a essência do jazz é o Swing. De natureza indefinível, ele é a sua própria alma. As suas raízes remontam aos ritmos africanos trazidos pelos escravos negros para a Louisiana. Para o ouvinte, o Swing é uma emoção imediata que transparece em toda a obra jazzística, uma permanência inquietante que nos trespassa e movimenta. 
Convidamos-vos a ouvir dois autores fundamentais na história do jazz: Thelonious Sphere Monk e Charlie Mingus. 

Thelonious Monk foi um pianista único na história do jazz. A sua música singular foi tardiamente compreendida no seu tempo. Actualmente considerada como muito avançada para a época, revolucionou a história do jazz e influenciará muitas das gerações futuras. Nasceu em 10 de Dezembro de 1917,em Rocky Mount na Carolina do Norte. Passou a maior parte da sua vida em Nova York, que era nesta altura o centro do jazz do Mundo. De certa forma, Monk cresceu com o jazz. Iniciou os seus estudos musicais aos 5 anos estimulado pela mãe, com quem manteve ao longo da vida uma relação de grande proximidade. Mais tarde ingressou na Juilliard School onde fundamentou uma sólida formação musical. Começou por tocar orgão na Igreja Baptista de São Cipriano, em Nova York. Aos 17 anos realizou com esta igreja uma digressão pelos EUA. Nesta viagem, em Kansas City, reencontrou Mary Lou Williams, uma pianista de grande relevo na história do jazz, que foi sua colega na Juilliard School. Ao ouvi-lo tocar ficou impressionada, reconhecendo nele as qualidades que se iriam tornar no seu estilo inconfundível. De regresso a Nova York, com 19 anos, retomou os seus estudos musicais e começou a tocar regularmente. A década de 40 foi crítica quer no panorama mundial, quer no do jazz em particular. Desenrolava-se a II Grande Guerra e o racismo atingia o seu auge nos Estados Unidos. O público estava menos disponível e muitos dos músicos das grandes Big Bands dos anos 30 ficaram desempregados. Os músicos adoptaram formações mais pequenas e floresceram clubes mais intimistas. O jazz era concebido numa atmosfera particular e isolada. Voltou-se para si próprio e passou a ser um espaço de contestação do racismo e das desigualdades sociais. O álcool e as drogas eram de fácil acesso. Neste contexto, nasceu o "junkie", paradigma do músico negro que se vestia de maneira bizarra, usava chapéus estranhos, consumia frequentemente estimulantes e criticava as normas sociais estabelecidas. O jazz evoluía para o movimento Bebop, considerado o início do "Jazz Moderno". Foi num superclube do Harlem, "Minton´s Playhouse", que ocorreu a revolução Bebop. Teddy Hill, o seu director musical, era um homem liberal, que gostava da inovação, tendo empregado muitos músicos modernistas. Passaram pelo Minton´s, entre outros, Charlie Parker "Bird", Dizzie Gillespie, Kenny Clarke, Oscar Pettiford, Charlie Christian, Bud Powell, entre outros. Thelonious Monk foi contratado como pianista residente do Minton´s em 1937 (aos 20 anos). Apesar de ter sido um impulsionador do Bebop, a sua música foi-se tornando progressivamente mais individualista, de contornos pouco habituais e agressivos. Foi naquele espaço que foram concebidos os primeiros temas de Monk como "Off Minor", "Epistrophy", entre outros. No entanto, o seu estilo, inovador para a época, isolou-o musicalmente. Por exemplo, em 1942, Monk aceitou um contrato para a orquestra "Rhythm Blues" de Lucky Miller. Nesta altura, Coleman Hawkins, director da orquestra, considerava-o inadaptado para tocar qualquer estilo musical que não fosse o seu. Mas foi quando o Minton´s entrou em decadência, a partir de 1945, que Monk se deparou com mais dificuldade em arranjar novos empregos. De 1945 a 1955 atravessou um longo período de esquecimento. Manteve-se no entanto activo, trabalhando incessantemente e vivendo exclusivamente para a música. Gravou durante este período para a Blue Note e para a Prestige obras como "Ruby my dear", Straight" e "Round Midnight" consideradas actualmente referências obrigatórias do jazz. A complicar esta situação, em 1951, foi proibido de tocar em locais onde se serviam bebidas alcoólicas por ter sido encontrado pela polícia na posse de droga. A sua vida pessoal sofreu as consequências da instabilidade económica em que se encontrava, acrescida com o nascimento da sua filha, Barbara, em 1953. Nesta altura, são relatados pelo seu filho períodos frequentes de depressão e desespero, mostrando-se incapaz de lidar com as actividades da vida diária. Pouco tempo depois da morte de sua mãe, em 1954, Monk, agora com 37 anos, sofreu a sua primeira hospitalização, aparentemente por um episódio depressivo. Mas em 1955 assinou com Orrin Keepnews, director artístico da Riverside, um contrato de gravação que deu origem a uma longa e importante série de discos. A partir daqui nada será como dantes. Mediante uma estratégia cuidada, a música de Monk foi finalmente apreciada e divulgada. Com a ajuda de Keepnews reaveu a licença para tocar em locais públicos. Em 1957 formou um quarteto com Coltrane, Wilbur Ware e Shadow Wilson, quarteto que actuava no Clube Five Spot Café. Alcançou finalmente o sucesso que lhe era devido. Bobby Jaspar escrevia na altura " Monk e Coltrane atingem o auge da expressão jazzística". Pouco tempo depois foi reconhecido pela “Down Beat” como um dos maiores pianistas do seu tempo. Em 1964 foi capa da Revista Time. Nesta altura passou a ser solicitado para tocar em Night Clubs e em concertos nos EUA e no estrangeiro. A par do sucesso atingido, Monk manteve-se igual a si próprio e à sua música. Como sempre fizera isolava-se do mundo. A sua indumentária estranha, o seu diálogo monocórdico e lacónico, e a sua postura distante, fechavam-no num mundo só seu. Segundo o seu filho: " interioriza o que os outros lhe dizem ou o que lhe acontece, manifestando-se depois em crises tremendas de depressão ou euforia. Por vezes era mesmo necessário interná-lo" .... "geralmente ele fechava-se sobre si próprio, numa atitude de introversão. Depois ficava muito alegre, durante 3 ou 4 dias, por vezes até à exaustão; é estranho quando olhamos para o nosso pai e ele não sabe quem nós somos."..." Quando estava bem, ele era um pai capaz de se sacrificar pela família, brincando com os seus filhos durante horas ou explicando ao filho truques para jogar bem Basketball". Em 1971 sofreu um AVC. A sua saúde deteriorou-se progressivamente. Evitava os contactos sociais e os concertos. São relatados pela família longos períodos depressivos. A última vez que tocou em público foi em 1976, passando a viver desde então até morrer num estado de reclusão, com a sua mulher Nelly Monk. Morreu em 17 de Fevereiro de 1982 com um AVC. Tal como na sua época, Monk e a sua música continuam a ser misteriosos e surpreendentes. Imagine-se a excentricidade invocada pela sua presença, um homem alto e forte, com pera, silencioso, quase ameaçador, envergando chapéus exóticos e óculos escuros. No entanto, com os seus amigos mais íntimos era um ser altruísta e generoso. Recorda-se a amizade que desenvolveu com Bud Powell , até à morte deste último. O filho e a mulher descreviam-no como um ser afectuoso e dotado de sentido de humor. Estabeleceu ao longo da sua vida relações estáveis, quase de dependência, com três mulheres. Primeiro a sua mãe, depois a sua mulher, Nellie Monk, de quem teve dois filhos e que permaneceu com ele até ao fim da sua vida. Mais tarde, com a Baronesa Koenigswarter, a Nica, uma mulher notável de ascendência inglesa, que se apaixonou pelo jazz e foi uma protectora de muitos músicos da época. Monk teve vários internamentos em instituições psiquiátricas. No entanto pouco se conhece acerca da sua "doença". O seu filho relata períodos depressivos alternando com períodos de euforia. Fala ainda de períodos de maior produtividade em que Monk permanecia 3 a 4 dias sem dormir, a trabalhar, a que se seguiam períodos de sono prolongado. O abuso de álcool e drogas era comum na geração Bebop. A este respeito sabe-se que Monk não fazia uso continuado de substâncias. Por exemplo o seu produtor Harry Columby (que o acompanhou no período compreendido entre 1956-64) afirmou nunca o ter observado a consumir ou sob efeito de drogas. A música de Monk tem uma forma derivada dos ritmos afroamericanos negros, no ragtime e nos blues, nos ritmos de New Orleans. O estilo de Monk não é linear, é cheio de viragens e surpresas, enfatisando o espaço e a tonalidade. A sua linguagem é complexa e sincopada, valorizando a surpresa harmónica das composições. Assim, terminava as frases com notas harmonicamente "erradas" de forma que a tensão gerada era acrescida e não diminuída, como era habitual. Salienta-se ainda o uso da dissonância, tornando as suas composições de difícil compreensão porque parecem incorrectas e sem sequência lógica. 

Charlie Mingus foi um contrabaixista virtuoso, constituindo uma referência obrigatória do jazz moderno. A sua música situa-se numa das evoluções naturais do Bebop, o Hard Bop. Mingus foi um homem complexo e multifacetado que viveu o seu tempo intensamente. Mingus é acima de tudo a sua música. De facto ele deixou transparecer fielmente na sua obra o seu carácter e as suas preocupações intelectuais. De uma personalidade arrebatadora e agressiva, líder por natureza, Mingus defendeu a liberdade e os ideais negros através de um jazz forte, espontâneo, cheio de contrastes e altamente improvisado. Como ele afirmou "...a minha música é viva, ela fala da vida e da morte, do bem e do mal. É cólera. É real porque sabe ser cólera". Obras como "Pithecantropus Erectus" ou "Fables of Fabus" são exemplos da sua virtuosidade musical transformada em crítica social, num movimento contestando o racismo. Mas por detrás deste Homem sarcástico e tirânico, como muitos dos seus colegas o apelidaram, aparece uma sensibilidade comovente. O testemunho de Celia e Sue , duas mulheres que foram casadas com Mingus, é revelador da sua fragilidade e desamparo, num mundo que ele sentia como persecutório e hostil. De entre as baladas que compôs, envolventes, ternas e sensuais, destacam-se os vários temas que dedicou a estas mulheres. Mas para compreender plenamente este homem é preciso situá-lo na sua biografia. Em Mingus existiu desde muito cedo a procura de uma identidade, fragmentada nos múltiplos aspectos da sua existência. Esta confusão remonta à sua infância. Nasceu em Nogalas, Arizona, em 22 de Abril de 1922, tendo crescido em Watts, um subúrbio negro de Los Angeles. Foi o terceiro filho do Sargento Charles Mingus e de Harriet Sophia Mingus, uma mulher de ascendência chinesa e negra. O seu pai nasceu dos amores ilícitos de uma jovem sueca, prima do Presidente Abraham Lincoln, que foi casada com o dono de uma plantação da Carolina do Norte, e de um escravo negro que aí trabalhava. Foi educado como um branco, segundo os príncipios segregacionistas da época. Aos 14 anos a sua ilegitimidade foi descoberta e Charles Mingus Sénior foi forçado a abandonar a sua família branca. Ingressou no serviço militar, mas manteve uma ideia de superioridade relativamente à raça negra. A sua mãe morreu quando Mingus tinha 6 meses. O seu pai voltou a casar com Mamie Carson, uma mulher de uma cultura invulgar e fortes convicções religiosas. Em casa as discussões eram comuns. Por um lado, o autoritarismo e os sentimentos de grandeza de raça paternos eram temas frequentes de discórdia. Por outro, a educação com uma forte componente religiosa de Mamie Carson era contestada pelo pai, que considera os Gospel e a música religiosa como estados de transe primitivos. No entanto, o papel de Mamie Carson foi fundamental na educação de Mingus. Foi ela que insistiu na instrução musical de Mingus e dos seus filhos. Além da música religiosa, ela mostrou a Mingus a música europeia erudita, pela qual ele se entusiasmou. Neste contexto surgem no pequeno Mingus conflitos e dúvidas importantes. Enquanto criança considerava-se meio branco, melhor que os negros. No entanto a sua angústia surgiu inevitavelmente quando se confrontou aos 9 anos com a sua realidade étnica. Nesta altura "apaixonou-se" por uma pequena irlandesa, sua colega de escola. Os irmãos dela, desaprovando qualquer proximidade entre aquelas crianças, humilharam brutalmente Mingus, facto que ele nunca mais esqueceria. De facto, ele sentiu que não era nem branco, nem preto: os negros consideravam-no um mestiço "café com leite", os brancos achavam-no um "porco negro”. Tornou-se um adolescente introvertido, tímido, com problemas de obesidade e inseguro quanto às sua capacidades. Mas era inteligente e procurava compensar-se na leitura e na música. O jazz só entrou na vida de Mingus aos 9 anos, quando escutou pela primeira vez o timbre cintilante da música de Duke Ellington, na rádio. Ficou maravilhado. Na realidade, Mingus passará grande parte da carreira a tentar casar as sonoridades de Ellington com o remanescente da experiência afro-americana, perpetuada na música negra religiosa. Os seus estudos musicais não foram lineares. Começou por estudar trombone sob direcção de Britt Woodman, com 8 anos. No entanto, 2 anos depois, trocou o trombone pelo violoncelo, por ser um instrumento mais "adequado" ao seu gosto pela música clássica. Tocou na Secção de violoncelos da Orquestra Filarmórnica Juvenil de Los Angeles e depois na orquestra da Jordan High School. É nesta altura que aprofunda o conhecimento da música de Bach, Beethoven, Débussy, Ravel e Richard Strauss. Aos 16 anos, Mingus aproximava-se cada vez mais da realidade negra. Sentia-se ainda assim excluído pela sua cor mais clara, pelos seus cabelos mais lisos, pela sua educação. Buddy Collette, seu amigo, aconselhou-o a trocar o violencelo pelo contrabaixo, porque "era um instrumento de negros". Nesta altura, Mingus interessou-se também pela composição e o piano. Estudou com Joe Comfort e o contrabaixista Red Callender. Em 1939 compõe "Child of Death" e em 1940 "Half Mast Inibition". Foi nesta altura que terminou o liceu. Empregou-se nos correios. O seu pai aprovou fortemente esta decisão. No entanto, a sua natureza irreverente inquietava-o. A música abarcava toda a sua vida, pelo que decidiu tornar-se músico profissional. A necessidade de exteriorizar pela música toda a sua criatividade, a oportunidade de contestar na arte e de se libertar irão ser determinantes nesta escolha. Curiosamente, em alguns momentos de crise na sua vida, Mingus procurará novamente o emprego nos correios, embora por curtos períodos de tempo. A sua carreira começou em 1940, na orquestra de Lee Young, em Los Angeles. Foi nesta altura que casou com Canilla Gross. Desta união nasceu o seu primeiro filho, Charles III. A "imaturidade" de ambos, a pressão familiar que se opunha a este casamento e a vida atribulada do músico, levaram ao divórcio ao fim de 4 anos. A partir daqui Mingus, estabeleceu uma série de relações amorosas desastrosas, marcadas pela sua dificuldade em conciliar o casamento e a sua carreira artística. Em 1941 Mingus tocou com Armstrong e Barney Bigard. Pouco depois, aperfeiçoou a sua técnica com o contrabaixista clássico H. Rheinshagen. Em 1946, aos 26 anos, Mingus integrava a orquestra de Lionel Hampton, onde compôs e orquestrou o seu primeiro sucesso, o "Mingus Fingers". No final da década de 40, Mingus fez uma passagem breve pela orquestra de Duke Ellington e integrou o célebre trio de Red Norvo. Aos 30 anos conheceu Celia Nielson, uma mulher de raça branca, com quem acabaria por casar. O casal vivia em Nova York. Apoiado por Celia e o seu amigo Max Roach, fundou em 1952 a sua própria editora, a Debut. Gravou nesta altura com Miles Davis, Charlie Parker e Bud Powel. Foi em Nova York que Mingus formou uma série de Workshops de jazz onde trabalhou numa área muito do seu agrado: a composição e a orquestração. Afirmou-se como lider, centrando-se em si próprio e na sua música. Trabalhou incessantemente neste período, tendo gravado obras como "Pithecantropus Erectus", "The Clown", "Tijuana Moods", "East Coasting" , "A Modern Symposium of Music and Poetry" entre outros. Estas obras iniciaram um período de rebeldia e contestação política, nomeadamente anti-racista. Musicalmente assumia uma atitude rígida e de grande autoritarismo. Criou um espaço musical, regido por ele, onde a sua criatividade florescia livremente. Neste contexto Mingus explorou magistralmente a composição, a experimentação e a improvisação. Um ano depois, compõe a música para o filme "Shadows"de Jonh Cassavetes. Íniciou uma série de contactos importantes com Hollywood, salientando-se as suas participações em filmes como "All Night Long" e "Todo Modo”. Nesta altura Mingus atravessou um período complexo da sua vida. As relações com algumas companhias discográficas tornaram-se difíceis. Em 1957, devido a problemas financeiros, a Debut cessa toda a sua actividade. A sua vida familiar deteriorava-se. Decidiu nesta altura submeter-se a uma psicoterapia analítica, que manteve durante vários anos. Em 1958 divorciou-se de Celia. Marcadamente deprimido, procurou ajuda psiquiátrica, tendo sido internado no Bellevue Hospital de New York. Em 1959 retomou progressivamente a sua actividade, gravando vários discos. Em 1960 liderou um Workshop com o trompetista Ted Curson e o saxofonista Eric Dolphy. Esta formação fez surgir obras geniais, como o disco "Pre-Bird". Foi também com aqueles músicos que fez a sua primeira digressão europeia e se apresentou no Festival das Antibes. A popularidade de Mingus era uma realidade. Naquele ano faz parte da organização do "Newport Jazz Festival", com Ornette Coleman. Em 1962 gravou obras magistrais na sua carreira, "Money Jungle", com Duke Ellington e Max Roach, o "Black Saint and Sinner Lady", "Mingus Plays Piano" e o "Mingus, Mingus, Mingus". A segunda metade da época de 60 não foi particularmente feliz para Mingus. Por um lado, o advento do Rock tornou estes anos difíceis para o jazz acústico. Por outro lado, o carácter agressivo de Mingus afastou-o dos estúdios de gravação durante cerca de 8 anos. Foi nesta altura que conheceu a mulher que o iria acompanhar até ao fim da sua vida, Sue Graham. Viveu com ele momentos difíceis, marcados por períodos depressivos e por grandes dificuldades financeiras. Chegou mesmo a ser despejado do seu apartamento em Nova York, um momento emblemático da sua vida, gravado pela câmara de Tom Reichman. As suas ideias políticas, a sua combatividade e a sua irascibilidade complicaram ainda mais a sua vida profissional, durante aquele período. 1970 marcou o retorno de Mingus ao jazz. Neste ano reeditou em Paris algumas das suas obras. Em 1971 gravou para a Columbia Records o álbum carismático "Let My Children Hear Music". Efectuou diversas tourneés e concertos, sobretudo entre 1975 e 76. Em 1977 apareceram os primeiros sintomas de Esclerose Lateral Amiotrófica. No entanto manteve-se activo durante todas as fases da doença. Os seus últimos trabalhos foram efectuados em colaboração com a cantora Joni Mitchell, numa altura em que já estava paralisado. Foi também nesta altura convidado de honra de uma grande festa efectuada na Casa Branca, em 18 de Junho de 1978. Morreu em 5 de Janeiro de 1979, aos 57 anos, no México. As suas cinzas foram deitadas no Rio Ganges pela sua mulher, Sue. As suas últimas palavras foram dirigidas aos seus filhos: "You are no colour". 

Bibliografia: 
André Francis Jazz Éditions Seuil, 1991 - Brian Priestly Mingus a critical biography, Paladin, Londres, 1985. - Charles Mingus Abaixo de Cão autobiografia. Trad Vitor Ribeiro Ferreira. Assírio e Alvim, Lisboa. - Christian Béthune Charles Mingus Éditions do Limon, 1988 - Gérald Arnaud e Jacques Chesnel Os Grandes Criadores de Jazz Bordas S.A., Paris,1989. - Jazz Moderno, vários Casterman, Paris. - Michel-Claude Jalard et Dennis Stock Plaisir du Jazz Editions Clairefontaine, Lousanne - Neil Tesser The Playboy Guide to Jazz, Bloomsbury Publishing Plc, London,1999. - Stéphane Ollivier, Charles Mingus, Cd livre en association avec Jazz Magazine, Editions Vade Retro, Paris, 1997. -Thomas Fitterling Thelonious Monk. His Life and His Music Berkeley Hills Books, California, 1997 

Discografia: 
Charles Mingus - Charles Mingus Jazz Composers Workshop, Savoy -Pithecantropus Erectus . Atlantic - Charles Mingus Presents Charles Mingus ,Candide -Wonderland , United Artists -The Black Saint and the Sinner Lady, Impulse -Mingus Ah Um Charles Mingus, CBS -Blues and Roots , Atlantic -Mingus at Antibes, Atlantic -Mingus, Mingus, Mingus, Mingus, s, Mingus, Impulse -Mingus Plays Piano, Impulse Thelonious Monk -Genious of Modern Music, vol.1, Blue Note -Genious os Modern Music, vol 2, Blue Note -Solo Monk, Columbia -Brilliant Corners, Riverside -Monk Misterioso, Columbia -Thelonious Monk with Jonh Coltrane, Jazzland 

Agradecimentos:
Este trabalho foi realizado por Luísa Paiva Delgado - Internato Complementar de Psiquiatria, H.S.M.


'... o pássaro canta porque alguém regou...' Sophia de Mello Breyner


Sharon Preston-Folta is a media sales executive, personal chef and author who has said that she is the daughter of legendary jazz trumpeter Louis Armstrong.

Synopsis

Sharon Preston was born on June 24, 1955, in Harlem, New York, and was believed by jazz trumpeter Louis Armstrong to be his daughter, the offspring of a relationship with dancer Lucille "Sweets" Preston. Armstrong gave financial support to the Prestons both before and after his death, though Sharon would have no claim to the estate. In 2012, she revealed her family history and published a memoir.

Connection to Louis Daniel Armstrong

Sharon Preston was born on June 24, 1955, in Harlem, New York. Her mother was Lucille Preston and her father is said to be Louis Armstrong, considered by many to be the greatest jazz trumpeter in history. Armstrong is one of the genre's foremost pioneers while also making major contributions to the American songbook as a vocalist.

Armstrong and Lucille "Sweets" Preston met during the 1940s while Lucille worked with her then-husband Luther "Slim" Preston as the dancing duo Slim and Sweets. The trumpeter performed with and befriended the couple, and, after Luther died from cancer, Armstrong and "Sweets" started to have a romantic relationship

Sharon revealed to Armstrong that she was pregnant in 1954, with the musician highly excited at the prospect of having a child, whom he referred to as his "Little Satchmo." ("Satchmo" was a popular nickname used for himself by Armstrong.)

Family Dynamics

By the time Sharon was 7, Armstrong had bought a house in Mt. Vernon, New York, for her and her mother. Mother and daughter also sometimes joined Armstrong on tour. Though initially promising to leave his wife Lucille Armstrong for Lucille Preston, Armstrong never did. He and Lucille Preston had a major fight in 1967 over the state of their relationship and Sharon saw him only one time after that, at a 1968 Manhattan performance. At the behest of her mother, Sharon kept her relationship to Armstrong a secret.

In high school, Sharon was a multi-instrumentalist and had also developed a passion for cuisine, later going on to study culinary arts. She and her mother found out about Armstrong's death via television when Sharon was 16. They received savings bonds from Armstrong's office for a time after his passing, while Lucille Armstrong signed an affidavit that the musician had no children, which thereby eliminated any potential claims the younger Preston could have to his estate.

Works in Media

Sharon went on to study marketing in college and eventually relocated to Sarasota, Florida. She forged a career in radio advertising, eventually working as a media sales executive. She has also married, becoming Preston-Folta, and had a son.

Auctions Letters, Writes Memoir

Sharon decided to reveal her identity after soul searching about her past and becoming a grandmother. She put up for auction the series of letters that Armstrong had written to her mother, which had been referred to in previous biographical works, and conducted media interviews.

Armstrong was married four times and known for having many affairs. As such, with no other reports of children being born, it was believed by wife Lucille and certain biographers that he was sterile. Nonetheless, Sharon has asserted that her mother was faithful to Armstrong during their time together, and, with Lucille Preston not having any other children, that the two saw Sharon as their "miracle child." Of the information presented thus far via the letters--which have been verified as authentic--it is clear that Armstrong believed Sharon to be his daughter. There is also a notable physical resemblance between the two.

In December, 2012, Armstrong's letters to Lucille Preston were sold online and via telephone. During the same time Sharon also published the memoir Little Satchmo: Living in the Shadow of My Father Louis Daniel Armstrong, with journalist and author Denene Millner serving as co-writer.                                                           descobri em 22 abril 2018 às 02h00

'cada vez há menos gente que se lembre de ter conhecido Dom Afonso Henriques' in programa radiofónico 'Pão com Manteiga' 1980 a 1983 incluido

in jornal 'Público' página 35 em 14 novembro 1991 excerto noticía:                  "... José Duarte, divulgador de jazz, profissional de Rádio e autor do programa de televisão 'Outras Músicas', encontra-se internado desde a madrugada de ontem no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, devido a uma embolia cerebral. O seu estado é considerado crítico..."                                                                    hoje já perfiz ou já vivi 84 e a autora uma 'jornalista' com certeza jovem há 30 anos mas que ainda hoje trabalha mas deixou deme falar tal qual eu que nunca consegui juntar ou que nunca me consegui juntar casei três vezes um dois três à terceira foi de vez

'não confundir o género humano com o Manuel Germano' de Mário de Carvalho (outros tempos...) dos tempos do 'Pão com Manteiga'

A VOZ             

Columbia quando jovem

 ser jovem cumo nós fomos é muito diferente do que foi Sinatra 

quando jovem

penso eu e com risco o escrevo

começou por cantar o que diga-se em abono da verdade é muito arriscado ou decisão tomada sem  pensar para não repetir risco eu que sou cumo os outros (é por estas e por outras que não escrevo como) já estive no centro da ilha de Manhattan num restaurante bar snack com as empregadas que serviam e cantavam e eu parvo tuga nunca tinha tal ouvisto assim começou Francisco naquela língua que falo mal mas sei que se diz Francis nunca Frances porque Frances é ela a Mãe de duas filhas músicos e afinal começou bom porque agradou melhor agradava melhor ainda agrada vai daí entrou para um grupo vocal e foi cantar para a Rádio baixinho e magrote não gosto de magrinho sua voz fez sucesso minto não foi a voz foi a maneira sua de a usar ao cantar e ganhou sua independência vocal

vivia-se a era Swing a das big bands os anos 30 e 40 do século que já passou ele italo-n-a filho de Mãe progressista pró-aborto tempos da Grande Depressão nascido em 12 do 12 de 1915 cicatriz face esquerda em Hoboken margem de Hudson o rio simpatia pelo Democrata o partido até que um dia Harry James tocador de trompete deu por ele e foi ouvê-lo e logo o convidou para cantar à frente de sua banda conheceu músicos muitos arranjadores entre eles Vincent Falcone (outro italo)  que o tentou convencer a gravar a canção ‘Lush Life’ composta por Billy Strayhorn pianista e amigo de genial Duke Ellington mas a voz de Sinatra começou a ser ouvida nas sua gravações com Harry James e tempo depois com outra orquestra a de Tommy Dorsey

com Tommy o Dorsey em trombone o irmão Jimmy tocava sax trompete clarinete a popularidade da voz de Francisco foi subindo embora lentamente longa ainda de outros tempos futuros a orquestra de Tommy Dorsey tocava para ser dançada ela e muitas outras nas gravações Columbia sabe-se lá porquê ganhavam as baladas melodias canções em tempo lento com muito romance à mistura canções românticas longe do swing acentuação rítmica que em Sinatra se iria mostrar sensacional aprendi com Gioia (in ‘Love Songs’ de 2015 publicado pela Oxford University Press) um rapaz da américa ao norte – o Ted  - que as antigas canções de amor mas ainda não o American Song Book sofreram censura! por serem de love!!! mas censura não a do meu tempo e assim no ano 900 entre escritos de Santo Agostinho e de São Jerónimo foi descoberto uma letra para uma canção de amor! e mais tarde entre muito outro material foram achadas 7 canções de amor do D. Diniz o Rei português avançado e progressista Sinatra dela esteve livre embora haja uma mensagem tipo Obama na canção nele prima versão ‘you’re nobody till somebody loves you’ em que ele improvisando mete ‘change it’ em resposta a si mesmo (audição obrigatória) quando canta se é possível mudar este world!... até assistirmos à vitória de Cuba sobre o continente que são os USA!

Os arranjadores os que arranjam os que escrevem nas pautas o que os músicos devem tocar na Columbia destaca-se Alex Stordhal (1913-1963) filho de noruegueses destacado arranjador na discografia de Sinatra para a Columbia A Voz chegou a Maestro e dirigiu uma orquestra das grandes com temas de Alec Wilder (1907-1980) histórico compositor da norte américa… as fotos com Frank agitado e de batuta empunhada são também elas históricas o também famoso Alec escreveu a bíblia American Popular Song: The Great Innovators, 1900–1950 em 1972

a Columbia música tinha um descarado assumido e por muitas e uitos amado apoio de cordas violas violinos cellos que davam uma sonoridade arrastada triste fina à la câmara uma moda do tempo que corria big bands onde os instrumentos de sopro rareavam foi um estilo que o marcou a também a seu público que enchia salões usava «baby soxers» uma outra moda Sinatra o primeiro entre todos de Crosby o Bing seu Mestre por ele confessado «Stormy Weather» de Harold Arlen e Ted Kohler em 1933 é uma das songs que Francisco Alberto ajudou a tornar um must

Sinatra foi assim: o que cantava ficava cantado e os autores satisfeitos pois com ele mais vendiam e com ele sua song ganhava sempre um nova versão para um ouvido quadrado era e é difícil Vernon Duke, Richard Rodgers, Cole Porter, Irving Berlin, Hoagy Carmicheal, Jimmy van Heussen e tantos outros foram autores compositores entre os melhores que A Voz usou e cantou à sua maneira mas como nada se mantem tudo se transforma ouviríamos outros Sinatras o mesmo nos tempos esperados e passados ser letrista é uma infelicidade não para nós porque o notável e já histórico Sérgio G consegue escrever (é um poeta e poucos há em Portugal não vos conto a de Mestra Agustina pois está a fazer-se tarde e Alegre ficaria Triste) advérbios de modo chamava-se na minha gramática  palavras terminadas em mente o que para cantar só por ou com um Grande Artista sabemos quem foi Frederick Loewe (1901-1988) pois entre muitas outras melodias escreveu para ‘My fair Lady’ e Frederico era amigo de André o Previn ambos europeus de leste de novos refugiados na Califórnia dos nazis Previn é um autor em várias Músicas no jazz e na escrita impossível de acreditar quem já o foi ouver reger uma Orquestra com O como a de Berlim ou improvisar acompanhado por Ray Brown!!! em ambas perfeito num encontro casual André ao falar com Frederick sabe por ele que este continua aflito em começar uma letra para ‘My fair Lady’ e diz: só consegui ‘i could have danced all night’… passados dias reencontram-se e diz Frederik já consegui a segunda será ‘i could have danced all night’ igual à primeira!...

mas ouçam A Voz a de FAS aquela que ganha todas comparações com outras vozes quando cantava era sem esforço esse e o de cantar bem umas vezes muito bem outras só mas sempre bem e sempre para prazer próprio mal comparado ou bem segundo os jazzmen Sinatra improvisava servindo-se da letra das palavras do ritmo pré-combinado com o arranjador e executantes era assim Sinatra o compositor quem improvisa é compositor Mahler quando compunha improvisava e depois fixava seus improvisos escrevendo-os em pautas passava a compositor é por esta e talvez por outras de origem social que chamo escrita à qual erradamente chamam clássica!!! não gosto de erudita nem de séria pois não gosto de classes as sociais… assim Sinatra que não morreu ainda muito bem que gravava várias vezes as mesmas canções nunca de maneira igual mas sempre diferentes e porque não publicá-las… não escrevo gravar em estúdio ou com público mas também sugiro que cantava sempre sempre diferente mesmo que educadamente à semelhança de qualquer músico jazz que ninguém nem ele próprio pode garantir ‘hoje vou tocar mal’ ou ‘bem’ ‘vou tocar’ é o que apenas deve dizer não dê conselhos prévios sobre concertos jazz!

de Sinatra diga apenas ‘Sinatra vai cantar’ lá estarei estaremos todos cante bem ou esteja calado pois nunca cantou mal embora no Porto e em New York com décadas de intervalo tivesse sido da seguinte maneira: NYC “ofensivo” com ela a Ella e Basie o Count – Porto fui-me aproximando dele a pé e o estádio é de football saí espantado sei Sinatra de cor entre outras a canção ‘nice ‘n easy’ que serviu para indicativo na Rádio dezenas de anos civis com o programa baile ‘a menina dança?’ até a menina me ter abandonado na antena 1 sozinho com cinco minutos de jazz entretanto e por mero acaso cantei em uníssono perfeito uma canção que Sinatra gravou e ficámos algo surpresos ele e eu por nos sabermos tão afinados em Sinatra já o fui ouver cantar Sinatra com a orquestra do Hot Clube de Portugal! casa cheia uma outra exibição de Carlos do Carmo um fadista amigo felizmente apreciador de Francisco

Sinatra poderia ter sido comparado a um atleta especialista em triplo salto porque os deu os três no primeiro Columbia quando tira os pés do chão e vai para o ar para saltar passou de praticante desconhecido um mero saltador para um atleta já com bons resultados no segundo onde se força mais e atinge uma boa distância algumas de seus melhores concertos e gravações na Capitol na terceira na sua Reprise estica-se estenda as pernas com os pés a atingir a chegar o mais à frente possível e ganha a todos e a cada um foi recordista Óscar com medalha

mesmo quem ainda é vivo conhece Sinatra


'a ligação direta de comboio entre Lisboa e Pitões chegou com um atraso de                                                seis meses por falta de linha férrea'

in programa radiofónico 'Pão com Manteiga' 1980 a 1983 incluido


fecha esta CODA uma rapariga que se canta toda!... Fiona Apple!!! *****

* * * * * uma master piece

https://www.youtube.com/watch?v=xLLApwKg4eY


'cem papas na língua é peso demais para uma língua'

in programa radiofónico 'Pão com Manteiga' 1980 a 1983 incluido


umas quantas para tentar acabar com elas: um programa de Rádio permanente

até acabar - quem? - é Jazzin' na RTP são 24 horas por dia jazz 

é muito é tudo 

desde 1 janeiro 2017: 

faixas de CDs e locução inventada de José Duarte inclui mensalmente faixas de 

mais CDs seus 

na Rádio em 1966 com cinco minutos cada um e em 2017 com o máximo possível 

24 horas por dia 

não fossem as mulheres mais pequenas + as maiores                                                

e estaria pronto pra mir embora...

as meninas dançam?

até já zz ou até jazz

"sooner or later and i'll be gone..."    

Zé do Arte & Blues

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